A construção das Escolas Itinerantes: A educação no MST

Matéria Também Publicada no Jornal Impresso Terra Vermelha

Por Jaqueline Bueno

As Escolas Itinerantes são construídas em espaços de luta e resistência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Essas escolas possuem como intuito garantir os processos de educação em espaços de disputa, os acampamentos. Com organização e coletividade garantem as condições necessárias para que toda criança tenha acesso a escolarização desde a educação infantil até o ensino médio.

Com isso, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao longo dos seus 34 anos de história, vem se propondo a construir uma educação que perpasse o âmbito formal da escola pública. Além disso, as Escolas Itinerantes foram criadas para que acompanhassem a luta das famílias e seu movimento.

Foto: Danielson Postinguer/Comunicação-MST

Além, de serem frutos da necessidade concreta de ter condições de acessar o conhecimento historicamente acumulado, justamente no espaço em que vivem, também foi possível construir uma própria pedagogia em pensar os processos educativos.

Desse modo, as Escolas Itinerantes fazem parte do MST, porque cultivam práticas e concepções de educação que se aproximam dos seus objetivos de luta. Logo, trazem o vínculo com a “Pedagogia do Movimento” e, esta que, por sua vez traz reflexões específicas na sua concepção de educação com “base histórica, materialista e dialética para a qual é preciso considerar centralmente as condições de existência social em que cada ser humano se forma” (FREITAS, SAPELLI, CALDART, 2013, p.12).

Além da proposta curricular experimentada atualmente, chamada de Complexos de Estudo, as escolas de acampamento possuem uma dinâmica de organização que está em sintonia com os princípios do MST, por uma concepção de educação alicerçada na formação de lutadores e construtores de uma nova ordem social.

Foto: Danielson Postinguer/Comunicação-MST

As Escolas Itinerantes são autorizadas institucionalmente pelo Estado. A primeira escola de acampamento surgiu no estado do Rio Grande do Sul no ano de 1996, e alguns anos depois passaram a funcionar em mais cinco estados brasileiros sendo estes; Paraná (2003), Santa Catarina (2004), Goiás (2005), Alagoas (2005) e Piauí (2008). Mas, destes estados citados acima, apenas o Paraná e o Piauí, possuem Escolas Itinerantes em seus acampamentos. No Paraná, foram legalizadas em 2003, pelo Conselho Estadual do Paraná (CEE).

Na região centro do Paraná, a Escola Itinerante Herdeiros do Saber foi construída em 2014, com a ocupação de um dos maiores latifúndios de terra em Rio Bonito do Iguaçu utilizados de forma improdutiva pela empresa Araupel S.A (madeireira de celulose). Em 2015, o MST ocupa o restante da fazenda que corresponde área dessa mesma empresa, mas em Quedas do Iguaçu e constrói a Escola Itinerante Vagner Lopes.

Essas escolas possuem forte vínculo com a luta pela educação do campo, pois consolidam em suas práticas pedagógicas o estudo da história, do trabalho, da cultura, da organização coletiva e da luta social. São práticas educativas que estão conectadas com a vida das crianças e da suas famílias, que buscam formar lutadores e lutadores de uma nova sociedade. Mesmo em condições precárias de estrutura física educam as crianças para a verdadeira vida. Desse modo, com organização e coletividade produzem saberes referente à sua realidade, porque “educação do campo: direito nosso, dever do Estado e compromisso da comunidade”.

Foto: Danielson Postinguer/Comunicação-MST

Trabalho de Assessoria de Comunicação Realizado com apoio 

Produção Agroecológica vem avançando na Região Centro do Paraná

Matéria também divulgada nos sites  www.midiasemterra.com.br  e  www.mst.org.br


Por: Jaine G. de Amorin

Em meio ao deserto verde de eucaliptos e pinos da Araupel, que não alimenta e nem gera renda a população, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, região centro do Paraná vem produzindo alimentos orgânicos e gerando renda as famílias acampadas.

No acampamento, as famílias organizaram um grupo de produção agroecológica e transformam a luta pela terra em algo mais lindo e fascinante. O grupo vem crescendo e quebrando a lógica da produção de monocultura, com 36 famílias que se reúnem mensalmente para definições internas, de plantio, comercialização, mas também de forma extraordinária sempre que se faz necessário.

Nesse mês de fevereiro, o grupo completa um ano de organização, produzindo em mais de 22 alqueires certificados pela Rede Ecovida. A área foi escolhida estrategicamente para o plantio agroecológico, onde é produzida uma grande diversidade de alimentos e variedades entre as espécies, só de feijão está sendo cultivadas mais de 32 variedades, além da produção de milho, arroz, amendoim, batata, girassol, ervilha, abóbora, mandioca, hortaliças em geral, entre outros.

Para garantir a qualidade dos alimentos orgânicos e defende-los dos inimigos naturais sem prejudicar a fauna e a flora, o grupo tem uma sala especifica para o preparo de caldas orgânicas.  Essas caldas têm funções variadas, contra doenças causadas por fungos e bactérias, mas também de afastar insetos que prejudicam o desenvolvimento da planta e de seus frutos.

Foto: Comunicação/MST

O grupo também recebe um grande apoio, do Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia – CEAGRO, para assistência técnica, acompanhando desde o plantio até a comercialização dos mesmos. A assistência técnica fornecida pelo CEAGRO conta com oficinas de manejo dos plantios, preparo de caldas orgânicas e outros. O grupo também conta com o Calendário Biodinâmico, que contém as informações sobre os melhores dias para fazer o manejo das diferentes espécies cultivadas.

A comercialização dos alimentos que ainda é um grande desafio para os agricultores, atualmente é feita através de feiras, mas também já é levada pra outras regiões  para ser comercializado pelo núcleo Luta Camponesa.

Para Itacir Gonçalves, acampado e Integrante do grupo Agroecológico Produzindo Vidas, é muito importante estar organizado em grupo. “Pra mim, fazer parte desse grupo e fazer parte de uma formação técnica política a céu aberto. Pois sempre estamos aprendendo seja no plantio, nas conversas informais ou nas reuniões, pois debatemos para alem do nosso plantio, debatemos questões políticas, técnicas e também sobre como será no assentamento” completa o camponês.

O objetivo do grupo não é o lucro em dinheiro e sim o lucro que se tem quando se cuida da natureza e quando se alimentamos de forma saudável. “Queremos sempre ter uma produção agroecológica, farta e diversificada, pois sabemos que temos o compromisso de alimentar nossas famílias de forma saudável e o excedente comercializar, no entanto, a preço justo, buscando não entrar na rota mercantilista de produtos orgânicos com preços abusivos”, diz Gonçalves.

O técnico do CEAGRO, Rodrigo da Silva, destaca a importância da troca do conhecimento entre o profissional e os agricultores durante a realização das oficinas. “Usamos os princípios da agroecologia e da educação do campo para criar ambientes onde todo mundo ensina e aprende. Esse diálogo de saberes é fundamental para a valorização do conhecimento do agricultor”.

A produção agroecológica é a melhor maneira de se produzir, mas para isso é preciso romper com o sistema, assim como se rompe quando se ocupa um latifúndio. A luta por reforma agrária, também é uma luta por uma alimentação saudável.

Foto: Comunicação/MST

 

Trabalho de Assessoria de Comunicação realizado com apoio 

Alimentação Saudável: um direito

Matéria Também Publicada no Jornal Impresso Terra Vermelha

Por Leonardo Xavier

Informações sobre a fome divulgadas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que atualmente, com dados de 2016, há no mundo aproximadamente 815 milhões de pessoas subalimentadas, sendo que 155 milhões são crianças com menos de 5 anos de idade. A alimentação é um direito humano que ainda hoje não é exercida plenamente.

Outro questionamento que deve estar presente quando falamos de alimentação é a qualidade dos alimentos que estão disponíveis e são ofertados. Há uma forte tendência à padronização da alimentação em nível mundial, onde se tem uma série de produtos nas prateleiras dos supermercados oriundos dos mesmos ingredientes, tendo principalmente o milho, trigo, arroz, soja e cevada como matéria prima.

Estas commodities são produzidas via de regra em monocultivos estabelecidos em grandes áreas visando o abastecimento do mercado mundial. Estes monocultivos são também altamente dependentes do uso de agrotóxicos, tanto que o Brasil é hoje o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. O agronegócio tão propagandeado como “pop, tec e tudo” não solucionou e nem solucionará o problema da fome e ainda deixa para as comunidades locais os impactos de sua forma de produzir.

Contraditoriamente o direcionamento das políticas públicas segue priorizando recursos para o modelo de produção baseado na lógica do agronegócio. Políticas que privilegiam a agricultura familiar e camponesa e que contribuem para promover a diversificação dos sistemas produtivos estão tendo seus recursos escassos, como é o caso dos programas institucionais para compra direta de alimentos da agricultura familiar (PAA e PNAE), recursos para a reforma agrária e assim por diante.

Foto: Thiarles França

Os movimentos camponeses organizados na Via Campesina defendem por sua vez a proposta de soberania alimentar, considerando esta como sendo o direito dos povos a alimentos nutritivos e culturalmente adequados, acessíveis, produzidos de forma sustentável e ecológica, e o direito a decidir seu próprio sistema alimentar e produtivo. Esta proposta de certa forma está presente na discussão e legislação atual brasileira sobre Segurança Alimentar e Nutricional.

Uma questão fundamental deste debate é que a alimentação deve ser um direito, mas também é um direito a decisão sobre a forma de se produzir. Os camponeses por tradição histórica manejam sistemas produtivos mais diversificados, basta olhar para a prática dos camponeses de nossa região que veremos que é comum a diversidade, tanto de cultivos vegetais (feijão, milho, mandioca, hortaliças, frutas, batata doce, etc) quanto de animais (galinhas, porcos, gado, etc).

Quando são estabelecidos sistemas produtivos mais diversificados, consequentemente se passa a ter menor dependência do uso de agrotóxicos. Ou seja, os sistemas camponeses diversificados são capazes de, ao mesmo tempo, produzirem alimentos sem os mesmos impactos negativos gerados pelo agronegócio e servirem como base para a diversificação e melhoria da qualidade dos alimentos disponíveis à população.

Se queremos portanto um futuro onde tenhamos alimentos saudáveis e sistemas produtivos que não contaminem nem os recursos naturais e nem a saúde humana, os camponeses e agricultores familiares devem ser vistos como protagonistas fundamentais. Por isso as propostas de políticas públicas e projetos de desenvolvimento precisam ter isso como ponto fundamental, inclusive para buscar a solução para o lamentável problema da fome, que não deveria existir em nenhuma sociedade dita civilizada.

Foto: Thiarles França

Trabalho de Assessoria de Comunicação realizado com apoio 

Juventude

Fotos: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto Coletivo de Juventude

 

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Foto: Coletivo de Juventude

Curso de Especialização em Realidade Brasileira – CRB: uma construção entre a UFFS, os Movimentos Sociais do Campo e o CEAGRO pela garantia do direito à educação para a classe trabalhadora

Por Jaine G. de Amorin 
Revisão Thaile V. Lopes

A conjuntura política e econômica que estamos vivendo na atualidade evidencia uma crise estrutural do capitalismo e uma ofensiva do capital internacional sobre as economias periféricas, em busca de recursos naturais, matérias-primas, energia e mercado, com o objetivo de aplicar um programa neoliberal (subordinando a política aos interesses do capital financeiro e das empresas transnacionais). As contradições e crises do sistema capitalista afetam o mundo inteiro e, sobretudo, a América Latina. No Brasil, vivemos uma grave crise econômica, política, social e ambiental, que afeta diretamente a classe trabalhadora, tendo em vista que,para aumentar a taxa de lucro e o processo de acumulação capitalista, a burguesia aumenta a exploração dos trabalhadores, retirando direitos históricos, como a CLT, por meio de medidas como a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência, a terceirização e as privatizações. Diante disso, é importante para a classe trabalhadora entender que se há crise, mesmo quando difícil de ser solucionada, há possibilidade de mudanças. Para tanto, é necessário construir espaços e processos permanentes de estudo e análise da história e da realidade brasileira, e, a partir daí, traçar o caminho e ações coletivas para intervir nela criticamente, a fim de transformá-la.

Nessa perspectiva, considerando a importância do acesso ao conhecimento, para entender a realidade em que vivemos e elevar o nível cultural, educacional e de consciência da classe trabalhadora, a Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus de Laranjeiras do Sul, por meio de uma parceria com os Movimentos Sociais do Campo (MST, MPA, MAB), APP Sindicato e o CEAGRO, construiu a proposta do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Realidade Brasileira. A especialização terá duração de 2 anos e funcionará em regime de alternância, com atividades pedagógicas e de estudo em tempo universidade e tempo comunidade. O tempo universidade possuirá três etapas presenciais (a primeira em janeiro de 2018, a segunda em julho de 2018 e a terceira em janeiro de 2019), que serão realizadas no CEAGRO, Unidade Vila Velha, em Rio Bonito do Iguaçu.

Foto: Jaine Amorin

A primeira etapa do curso iniciou na segunda-feira (22) e terá a duração de 10 dias, sendo 10 horas aulas/dia.

O ato de abertura do curso contou com a participação e falas dos professores coordenadores do curso pela UFFS, Roberto A. Finatto e Ana Cristina Hammel;do coordenador geral do Ceagro, Luis Carlos Costa; da Diretora de Campus da UFFS Laranjeiras do Sul, Janete Stoffel; bem como os representantes dos Movimentos Sociais.Todos afirmaram a importância da realização do curso, para a Universidade e para as organizações sociais que contribuem na construção do mesmo. A aula inaugural foi ministrada pela Professora Dra. Maria Orlanda Pinassi, da UNESP, que fez uma análise de conjuntura,da crise econômica e política do Neodesenvolvimentismo no Brasil.

Cumprindo com o pré-requisito do edital, a turma tem representantes de movimento sociais e organizações sindicais, sendo eles o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, Movimento dos Atingidos por Barragem – MAB, Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA e APP Sindicato. A turma é composta por 67 estudantes, desses, 45 receberão certificado de especialização (pós-graduação) e 22de extensão.

O MST compreende a educação como um dos direitos humanos fundamentais e como uma das suas principais bandeiras de luta, Nesse sentido, organizou 27 estudantes acampados/as ou assentados/as em áreas de reforma agrária para fazer o curso; Desses, 17 são acampados/as em áreas de conflito pela terra na região da Cantuquiriguaçu. Esses/as estudantes compreendem que  não basta apenas a conquista do direito à terra, mas que o direito a educação também é fundamental, pois o conhecimento é uma condição essencial para a luta da classe trabalhadora.

Em entrevista com Ciliana Federici (formada em pedagogia e receberá certificado de especialização), que é do Acampamento Herdeiros da Terra de I de Maio, coordenadora da Escola Itinerante Herdeiros do Saber e integrante do setor de educação do MST, a mesma destaca que esse curso vai contribuir na formação política e pedagógica dos militantes e também na construção da proposta educacional do MST, que nas palavras dela é “(…) uma proposta de educação que consiga dentro e fora da sala de aula, fazer com que os sujeitos pensem sobre a sociedade que eles estão vivendo (…)” e ainda ressalta que “o curso vem ajudar e muito na prática nossa, seja em sala de aula, na militância, ou em qualquer espaço (…), vem para que consigamos entender melhor a sociedade que estamos vivendo, e também ajudar o Movimento do qual fazemos parte, no ambiente onde convivemos, independente do setor ou coletivo que fazemos parte. O curso vem com o objetivo de interpretar a atual conjuntura, mas para além disso, compreendê-la pra tentar construir uma sociedade diferente que é o que sonhamos enquanto movimento!”

Federici ainda destaca a importância da presença de diversos movimentos sociais e sindicais, que para ela é uma grande experiência, pois cada organização tem na sua luta suas particularidades, no entanto, somos a classe trabalhadora e temos um mesmo ideal, que é a construção de uma nova sociedade. Conclui destacando a importância da UFFS ter aberto as portas para os estudantes não graduados, “aqui temos pessoas estudando que são formadas com curso superior e também tem aqueles que estão no acampamento,que são coordenadores de núcleo de base, isso é muito importante, cada um tem sua caminhada, mas todos querem adquirir o conhecimento e esta e uma grande oportunidade”.

O Professor Roberto A. Finatto, coordenador do curso, destaca que “a Especialização em Realidade Brasileira é fundamental para ampliar e aprofundar o conhecimento sobre a formação e a realidade socioespacial do Brasil” e socializa como foi a articulação da proposta de trabalho desse curso dentro da Universidade: “Foi realizado um esforço para articular a proposta de trabalhar a realidade brasileira com base em autores clássicos de diferentes disciplinas, com a disponibilidade e a formação do corpo docente do campus”. Complementa que “a oferta do curso aproxima ainda mais a universidade da realidade em que ela está inserida”.

Finatto ainda ressalta a importância dos movimentos sociais estarem presentes dentro da Universidade, desde o período de sua construção: “a presença dos movimentos sociais populares sempre foi marcante, inclusive no seu processo de constituição”.Ressalta a importância da turma ser composta por discentes que atuam em movimentos sociais e organizações sindicais. “A presença de professores das redes municipal e estadual de educação, representantes dos movimentos sociais e organizações sindicais entre os discentes amplia a abrangência das reflexões produzidas e permite que as mesmas cheguem até as escolas, comunidades e outros espaços de formação em que os estudantes do curso atuam.” Conclui Finatto.

O CRB é uma importante iniciativa que, além de possibilitar o estudo de autores clássicos brasileiros, como Florestan Fernandes, Caio Prado Júnior, Celso Furtado, dentre outros, apresenta a possibilidade de identificar as contradições da sociedade, como as forças do capital atuam em nosso país, para confrontá-las. Estamos em meio a uma crise sem precedentes na história e ainda não estão claros os caminhos e as construções possíveis. Mas teremos muitas mudanças pela frente, por isso é importante debater e a analisar quais ações devemos adotar de forma conjunta, como parte de um processo permanente de luta, estudo e análise da história e da realidade brasileira.