Realizado primeiro módulo da Construção de Grupos de Referência em SAF  da Parceria entre CPT-MS e CEAGRO  

Por Rodrigo Silva/CEAGRO e Eliel Freitas Jr/CPT

Troca de sementes; Foto: Arquivo projeto

Foi realizado o primeiro módulo da pareceria envolvendo a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (CEAGRO). A atividade aconteceu entre os dias 14 e 18 de Setembro de 2018 e teve como objetivo principal apresenta ao público beneficiário, e as organizações parceiras, o método de ensino e aprendizagem em Sistemas Agroflorestais (SAF’s) que será trabalhado na parceria.

Para isso, foram realizadas oficinas de diagnóstico, planejamento, e apropriação da ferramenta, metodologia principal da parceria, o resgate e a promoção de mutirões, como ênfase nos SAF’s.

As atividades aconteceram no Assentamento Nazareth, município de Sidrolândia-MS, na Aldeia Guarani Kaiowá Tey’i Kwe e em três áreas de retomada Guarani Kaiowá, denominadas pelos Guarani e Kaoiwá de Tekoha, no município de Caarapó-MS.

 

Mutirão realizado no Assentamento Nazareth; Foto: Arquivo Projeto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Destacam-se como resultado desse módulo os seguintes pontos:

  • Diagnostico da realidade socioambiental dos locais onde acontece a parceria;
  • Construção, participativa, do conceito de boas agroflorestas;
  • Inicio dos mutirões semanais no assentamento Nazareth;
  • Identificação de pontos chaves para trabalhar no Território Guarani e Kaiowá que respeite e promova a cosmovisão deste povo;
  • Diagnóstico de temas geradores prioritários para a sequência da parceria.

Está previsto para o final do mês de outubro de 2018 a realização de outro módulo centrado na implantação, participativa, de sistemas agroflorestais. Cabe destacar que a parceria entre CPT-MS e o CEAGRO terá duração de dois anos e é resultado do projeto “Tembiu Porã: Produção de Alimentos Saudáveis em ambiente de Reforma Agrária e de Retomadas de Terras Indígenas Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul”, onde a CPT-MS é a proponente com apoio financeiro da organização alemã MISEREOR.

Revisão e Edição Jaine Amorin

SEMINÁRIO DE PRODUÇÃO DO PDA É REALIZADO NOS ACAMPAMENTOS EM QUEDAS DO IGUAÇU/PR

Por Luis C. Costa

Na ultima quinta (27/09), o CEAGRO promoveu o Seminário: “Planejando a produção do nosso assentamento”, realizado no acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu. As famílias do acampamento Vilmar Bordin também participaram. O evento faz parte das ações desenvolvidas no âmbito do Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) que está sendo realizado nas duas áreas.

Com a colaboração de Adalberto Martins, membro do MST do Rio Grande do Sul e doutor em Geografia Agrária, a atividade promoveu o debate sobre a organização da produção e a importância do planejamento dos lotes e do assentamento como um todo, considerando aspectos como a diversificação das culturas, a cooperação para a produção, agroindustrialização e comercialização, dentre outros. O debate foi subsidiado pela apresentação dos resultados do diagnóstico feito com todas as famílias acampadas, que trouxe uma caracterização do contexto produtivo, como os principais cultivos de interesse das famílias, as necessidades de capacitação técnica e experiência na agricultura.

Dentre os dados que chamaram a atenção estão a grande diversidade de cultivos pretendidos, a preferência das famílias pela produção orgânica e agroecológica e a preocupação com o autoconsumo.O seminário deu início à terceira fase do PDA, onde serão realizados seminários temáticos para debater as questões levantadas na fase de diagnóstico. Dentre os temas dos seminários estão infraestrutura, educação, saúde, gênero, juventude, história e memória.

O PDA, que teve início em junho desde ano, é autogestionado pelas famílias acampadas com assessoria do CEAGRO e visa construir de forma participativa um plano detalhado abordando os aspectos sociais, econômicos e ambientais do futuro assentamento, desde o formato e divisão dos lotes até a projeção de demanda e localização das escolas, aparelhos comunitários e instrumentos de comercialização da produção, dentre outros.

Edição Jaine Amorin

Seminário Regional de Produção, Cooperação e Meio Ambiente

Na última quinta-feira (30), o CEAGRO promoveu o Seminário Regional de Produção, Cooperação e Meio Ambiente, realizado no centro comunitário do Assentamento 8 de Junho, em Laranjeiras do Sul.
Por Jaine Amorin
Revisão Luis C. Costa

O evento contou com a participação de agricultores e agricultoras dos grupos agroecológicos, associações e cooperativas dos assentamentos e acampamentos da região centro do Paraná.

Na parte da manhã, o representante da Cooperativa Central de Reforma Agrária do Paraná, Armelindo da Maia, conduziu o debate abordando elementos da conjuntura agrária e os desafios para o desenvolvimento da agricultura familiar, agroecologia e intercooperação. Na sequência, Mirian Kunrath, do Coletivo Regional de Mulheres e Setor de Gênero do CEAGRO e Juliana de Mello do Coletivo Regional de Juventude abordaram o papel das mulheres e dos jovens na construção da Agroecologia. Já no período da tarde foram realizadas assembleias do CEAGRO e da cooperativa de crédito CREHNOR. O dia foi encerrado com um trabalho em grupos com o objetivo de debater os desafios da construção da agroecologia na Região.

 

𝐅𝐨𝐫𝐦𝐚𝐧𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐔𝐅𝐅𝐒 – 𝐂𝐚𝐦𝐩𝐮𝐬 𝐄𝐫𝐞𝐜𝐡𝐢𝐦 𝐫𝐞𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐦 𝐞𝐬𝐭á𝐠𝐢𝐨 𝐧𝐨 𝐂𝐄𝐀𝐆𝐑𝐎

Por Luis C. Costa

Três estudantes do curso de Agronomia do campus de Erechim/RS da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS escolheram o CEAGRO para realização de seus estágios de conclusão de curso. Entre agosto e outubro os jovens Bruno da Silva Rodrigues, Douglas Knopf de Lima e Jefferson Tomalaque Pereira estão acompanhando o trabalho da equipe técnica do CEAGRO e desenvolvendo diversas atividades relacionadas especialmente à agroecologia e ao cooperativismo. Os estudantes também participam de atividades desenvolvidas por organizações parceiras, como a Rede Ecovida de Agroecologia, onde podem acompanhar todo o processo de certificação participativa da produção orgânica das famílias e grupos produtivos vinculados à Rede. Além do interesse nos temas trabalhados pelo CEAGRO, o que também motivou a escolha dos futuros engenheiros agrônomos foi a possibilidade de se aprofundarem nos desafios e potencialidades da região. Embora estudem no Rio Grande do Sul, os três vivem nas redondezas: Bruno é de Quedas do Iguaçu, Douglas de Goioxim e Jefferson de Reserva do Iguaçu.
Além da UFFS, com a qual o CEAGRO possui convênio para concessão de estágios há vários anos, há parcerias com outras instituições de ensino. A estudante de Administração Kelli D.P. de Souza, do Centro Universitário UNINTER também iniciou seu estágio neste mês e acompanhará as atividades com enfoque na gestão, administração e planejamento até julho de 2019. No primeiro semestre de 2018, o agora médico veterinário Marco Antônio Fragata, da Universidade Federal de Pelotas, também finalizou seu curso com o estágio nessa instituição.

Revisão e Edição Jaine Amorin

𝐂𝐄𝐀𝐆𝐑𝐎 𝐢𝐧𝐢𝐜𝐢𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐣𝐞𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐀𝐠𝐫𝐨𝐟𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐧𝐨 𝐌𝐚𝐭𝐨 𝐆𝐫𝐨𝐬𝐬𝐨 𝐝𝐨 𝐒𝐮𝐥

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) Regional Mato Grosso do Sul e o CEAGRO firmaram parceria para implantação e manejo de sistemas agroflorestais (SAF’s). As atividades acontecerão no Assentamento Nazareth, localizado na cidade de Sidrolândia-MS e na Reserva Indígena Guarani e Kaiowa de Tey’iKue, município de Caarapó-MS.
O trabalho terá como base a metodologia desenvolvida pelo CEAGRO na promoção de Grupos de Referência em SAF’s, junto às famílias assentadas da reforma agrária e agricultores familiares, nos Territórios Cantuquiriguaçu e Paraná Centro. O objetivo da parceria é promover a soberania alimentar e ampliar a renda das famílias, bem como fortalecer a conservação dos agroecossistemas do assentamento Nazareth e da Aldeia Tey’iKue.
A parceria entre CPT-MS e o CEAGRO terá duração de dois anos. Ela é resultado do projeto “Tembiu Porã: Produção de Alimentos Saudáveis em ambiente de Reforma Agrária e de Retomadas de Terras Indígenas Guarani e Kaiowáno Mato Grosso do Sul”, onde a CPT-MS é a proponente com apoio financeiro da organização alemã MISEREOR.

ESPECIALIZAÇÃO EM REALIDADE BRASILEIRA – UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

Por Mirian Kunrath
Foto: Thiarles França

Passados quase seis meses da primeira etapa, os acadêmicos e acadêmicas da Especialização em Realidade Brasileira retornaram para a segunda etapa de formação, que ocorreu entre os dias 16 a 25 de Julho, no CEAGRO – Vila Velha, município de Rio Bonito do Iguaçu/PR.

A turma é composta por Acadêmicos oriundos de diversas regiões do Estado do Paraná e de Santa Catarina, em sua maioria pessoas ligadas a organizações sociais como APP- Sindicato, Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, além de acadêmicos sem vínculos orgânico social. O curso tem como objetivo compreender a realidade brasileira com base nos clássicos brasileiros, com abordagem nas diversas áreas e perspectivas.

Durante esta segunda etapa os autores estudados foram Milton Santos, compreendendo os conceitos de Espaço e Território, Gilberto Freire, Sergio Buarque de Holanda e Darci Ribeiro, para compreender a formação do povo brasileiro, e Guilherme Delgado, com o conceito de Agronegócio. Além dos autores estudados, a turma contou com aulas ministradas por Carlos Frederico Marés de Souza Filho, que trabalhou conceitos relacionados ao Direito Agrário.

Para entender mais sobre a realidade e compreende-la, a turma saiu das atividades teóricas e contou com experiências práticas dentre as quais se destacam uma caminhada para conhecer a Vila Velha e um pouco da sua história, e a Visita aos Acampamentos Herdeiros da Terra de 1º de Maio em Rio Bonito do Iguaçu e Dom Tomás Balduíno em Quedas do Iguaçu, ambos organizados pelo MST.

Edição Jaine Amorin

 

Festa no acampamento Dom Tomás Balduíno comemora 3 anos de resistência no Paraná

Organizado pelos moradores do acampamento em um ano de trabalho, atividade é a maior do MST neste ano

Frédi Vasconcelos | Brasil de Fato | Quedas do Iguaçu (PR)
Em solidariedade ao Lula, preso político, moradores e visitantes do acampamento colocaram máscara em manifestação de apoio ao companheiro - Créditos: Laís Melo

Em solidariedade ao Lula, preso político, moradores e visitantes do acampamento colocaram máscara em manifestação de apoio ao companheiro / Laís Melo

No sábado (07), o acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu-PR, teve a maior comemoração do ano realizada por militantes do MST. Num local que é símbolo de resistência, moradores se auto-organizaram por mais de um ano para fazer um evento para cerca de 10 mil pessoas, comemorando os três anos de existência do acampamento no território. Mística, ato político, apresentações culturais e um grande almoço foram oferecidos. Cada uma das 600 famílias que vivem lá contribuiu, nesse período, com 10 quilos de carne, complementadas por outras doações. Em cada uma das oito cozinhas organizadas, todas com o nome de uma personalidade, como Marielle Franco, Tchê Guevera, Comandante Chávez etc., trabalharam cerca de 100 pessoas.

Foto: Giorgia Prates

O ato político e festivo contou com a participação de políticos, como os senadores Gleisi Hoffmann (PT), Roberto Requião (MDB), lideranças do MST, representantes da igreja católica, de universidades, entre outras.

Na abertura, o Frei José Fernandes, que conviveu com Dom Tomás Balduíno até seus últimos dias, lembrou que ele era um homem de grandes articulações e de pequenos atos, como defender os sem-terra, os indígenas, lutar contra o latifúndio, ao mesmo tempo que cuidava do jardim da casa em que moravam. Pedindo o coro de todos presentes, Frei José repetiu uma frase de Dom Tomás: “Direitos humanos não se pedem de joelhos, exigem-se de pé”.

O professor da PUC-PR e ex-procurador geral do Estado, Carlos Frederico Marés, lembrou que nessa região do Paraná a luta pela terra é uma questão centenária. “Aqueles que entregaram títulos falsos tentam nos fazer esquecer essa luta. Aqui já cultivamos nossos mártires, adubo que nos faz levantar cada vez mais. A terra pertence a todos e só quando todos usam ela faz sentido para a sociedade”.

O senador Requião, depois de afirmar que o assentamento é exemplo por sua organização e resistência, também lembrou que as terras onde está pertenciam à União e foram griladas pela família Giacometti, revendida à companhia Araupel e agora ocupada pelo MST. “A Araupel, quando comprou essa terra, sabia que era roubada. E quem compra mercadoria roubada perde sem receber nada. Onde houver terra desocupada e improdutiva, só se aceita título de propriedade assinado por Deus e com firma reconhecida. Terra improdutiva tem de ser ocupada”.

Já a senadora Gleisi Hoffmann lembrou que há pouco tempo estave numa praça de Quedas do Iguaçu em ato pela morte de dois acampados assassinados. “Leonir e Vilmar são companheiros que tombaram, mas enfrentaram a Araupel, mostrando que a reforma agrária é possível e necessária”, disse. E lembrou que o Brasil passa por um momento decisivo, que é a eleição de outubro deste ano: “Será determinante para enfrentar os problemas brasileiros, como a fome que está voltando e a falta de políticas públicas para o campo e a cidade. A única opção é fazer com que Lula possa ser candidato e governar de novo o Brasil. Não prenderam porque ele cometeu crime, mas porque representa o povo brasileiro, a esperança. Se deixar solto, ganha a eleição e desmonta o que eles fizeram”, concluiu. No que foi complementada pelo senador Requião. “Assino embaixo do que Gleisi disse. Lula não está preso. É um ex-presidente nacionalista e popular sequestrado pelos interesses geopolíticos de outros países. Continuidade e resistência vão libertar Lula de seu sequestro.”

Já João Pedro Stédile, do MST, disse que depois das últimas vitórias na Justiça o acampamento já pode trocar as placas da entrada por Assentamento Dom Tomás Balduíno. E lembrou a visita que fez ao ex-presidente Lula na última quinta-feira. “Na situação em que ele está a gente fica constrangido, não sabe se abraça ou chora, mas o homem (Lula) está com tanta energia de entrar em campo, que já começa a puxar assunto sobre política. Ficou falando uma hora e eu só anotando. Disse a ele que vinha nessa atividade e ele pediu para dizer para cada militante do MST que na batalha contra golpistas os primeiros companheiros nessa luta são do MST, a quem deve eterna gratidão. E, quando voltar, não vai brincar de reforma agrária. Vai fazer reforma agrária de verdade, doa a quem doer”, relatou Stédile.

Edição Jaine Amorin
Ceagro participou da festa e assessorou através do Projeto "Direitos Humanos: das Violações a conquista da Reforma Agrária" apoiado pelo 

AUDIENCIA PÚBLICA DEBATE CARREIRA DOS LICENCIADOS EM EDUCAÇÃO DO CAMPO

Por Mirian Kunraht

Na noite do dia 28/06/2018, foi realizada audiência pública para debater a carreira profissional dos licenciados em Educação do Campo, sediada na Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS – Campus Laranjeiras do Sul. Contou com a participação de representantes do Núcleo Regional de Educação, Estudantes do Curso, Pró reitor de Graduação da UFFS, Ministério Público, Representante da Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná – UNICENTRO, Ceagro – Centro de Desenvolvimento e Capacitação em Agroecologia.

Jaqueline Bueno, formada em Educação do Campo. Foi impedida de assumir vaga em concurso público, pois, segundo o Estado, seu certificado não tem validade nenhuma. Foto: Jaine Amorin/CEAGRO

A audiência teve como debate central a discussão quanto ao reconhecimento da carreira dos Licenciados, uma vez que os Cursos foram ofertados pelas Universidades, reconhecidos pelo Ministério da Educação, e pelo conselho estadual de educação do Paraná, e os egressos devidamente diplomados. Denuncias foram feitas baseadas em ocorrência em processos de Contratação de Professores temporários e em Concurso Publico no Estado do Paraná, uma vez que a SEED – Não reconhece a carreira e os diplomas dos formados nas Licenciaturas em Educação do Campo. Ao final da Audiência foi elaborada uma ata a qual relata as denuncias que serão encaminhadas a Articulação Paranaense por uma Educação do/no Campo, a qual vem mobilizando e articulando forçar para o reconhecimento da carreira dos licenciados.

Edição Jaine Amorin

Audiência Pública para denunciar a precarização com a educação do campo no município de Rio Bonito do Iguaçu/PR

Por Mirian Kunrath

Foto: Jaine Amorin/CEAGRO

Na manhã do dia 28/06/2018, foi realizada uma audiência pública sediada na Câmara municipal de vereadores em Rio Bonito do Iguaçu – Pr. A audiência foi presidida pelo presidente da Câmara, o vereador Miltinho e contou com a presença do prefeito Ademir Fagundes (Gaúcho), Representante do Ministério Público o promotor Dr. Felipe, o secretário para assuntos fundiário do Estado do Paraná Hamilton Serighelli, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra – MST, Deputado Estadual Professor Lemos, Representante da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS Janete Stofel e outras autoridades. Contou com a participação de lideranças locais, diretores das escolas da rede municipal e estadual dos Assentamentos Ireno Alves e Marcos Freire, ambos do Rio Bonito do Iguaçu.

Audiência teve como objetivo denunciar e solucionar a precarização com a educação do campo, motivada pela péssima condição das estradas, precarização do transporte escolar, sendo que as linhas de transporte são suspensas em dias chuvosos pela falta de condições de trafego, resultando em uma perca de 54 dias letivos em 2017 e até a presente data  já foram 25 dias letivos do ano de 2018.

Sr. Orlando Baim, pai de estudante e morador do Assentamento. Foto: Jaine Amorin/CEAGRO

Um importante debate acerca da Educação do Campo e também sobre a infraestrutura de assentamentos da Reforma Agrária, concluindo que é urgente melhoria nas estradas. Como resultado da audiência foi encaminhado pelo representante do Ministério público afim de cumprir com o direito das crianças e adolescentes a Educação,  a organização de uma sequencia de reuniões de um corpo técnico o qual se reunirá mensalmente para buscar soluções passiveis para a resolução dos problemas.

O CEAGRO se soma nesta construção por meio do Projeto Direito das Famílias Sem Terras: das Violações a Conquista da Reforma Agrária, apoiado pelo Fundo dos Direitos Humanos, na defesa dos Assentados e Acampados do município e região.

Edição Jaine Amorin

Ruralistas interditam debate sobre agrotóxicos na Câmara

Bancada se recusa a ouvir diversas entidades em discussão sobre Projeto de Lei

Rafael Tatemoto
Brasil de Fato | Brasília (DF), 21 de Junho de 2018 às 12:01

A bancada ruralista da Câmara dos Deputados tem reiteradamente se posicionado contra a participação de órgãos públicos de saúde e meio ambiente na Comissão Especial que debate o Projeto de Lei (PL) 6.299 de 2002, que altera as regras para a liberação de novos agrotóxicos no Brasil, tornando as regras para a concessão de autorização mais brandas.

Parlamentares da oposição tem requerido que instituições como o Instituto Nacional do Câncer, o Ibama, a Anvisa e a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) possam ser ouvidas pelos integrantes da Comissão. Algumas dessas instituições já se manifestaram de forma contrária ao PL, apontando a relação entre agrotóxicos e doenças cancerígenas. Além delas, mais de 200 organizações da sociedade civil lançaram manifesto contra as alterações.

A atual legislação impede que substâncias cujo o uso isolado comprovadamente cause câncer ou mutações sejam liberadas. O chamado “Pacote do Veneno” pretende permitir o uso de todos, instituindo apenas a distinção entre o que é uso “seguro” ou “inseguro” de tais produtos. Marina Lacorte, especialista da Campanha de Agricultura e Alimentação do Greenpeace, afirma que a atuação dos ruralistas despreza os alertas da comunidade científica e se pauta por “interesses próprios”.

“A aprovação desse PL vai ser um verdadeiro desastre, tanto para saúde da população como para o meio ambiente. Vai desmontar completamente a lei atual em benefício da indústria. Nós já somos o campeão no uso dessas substâncias. Pela proposta, seria permitido a aprovação para uso de produtos que já se comprovam cancerígenas. Hoje, com a lei que temos, não pode seguir adiante e ser aprovada”, critica.

Carla Bueno, engenheira agrônoma e integrante da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e em Defesa da Vida, defende que um dos elementos para compreender os interesses da bancada ruralista é o contexto das regras eleitorais em 2014, em que ainda eram possíveis doações empresariais.

“É uma bancada de muito poder. A votação do ‘Pacote do Veneno’ é um indicador do predomínio dos interesses contrários à maioria da população no Congresso. O número de ruralistas no Parlamento tem que ser entendido pela perspectiva de quem financiou as campanhas eleitorais desse setor. O povo sabe bem que quem paga a banda escolhe a música. Os interesses econômicos estão ligados à indústria do veneno”, diz.

Os ruralistas são quase 40% do Congresso Nacional, segundo dados da Agência Pública. Na Comissão Especial, a proporção é ainda maior: 37 de 50. Apesar dos intensos esforços para aprovação do parecer do PL no colegiado, têm enfrentado forte oposição de parlamentares críticos ao projeto, o que levou a diversos adiamentos da votação da matéria.

 

 

Arte: Fernando Bertolo
Edição site Brasil de Fato: Diego Sartorato
Edição site CEAGRO: Jaine Amorin